As Fazendas pertenciam à família carioca Rocha Miranda, proprietária de diversas empresas e companhias industriais e agrícolas no Rio de Janeiro e em São Paulo, no início do século XX. Em 1998, ao abordar o tema do nazismo em uma aula de História, o professor Sidney Aguilar Filho soube por parte de uma aluna que na fazenda de sua família foram encontrados diversos tijolos com o símbolo da suástica. O historiador iniciou suas pesquisas e descobriu que o símbolo também aparecia no gado e nos documentos administrativos. A pesquisa trouxe à tona o fato de Osvaldo da Rocha Miranda ter sido responsável pela transferência de 50 meninos, 48 deles “pretos ou pardos”, de um orfanato no Rio de Janeiro para as fazendas da família, onde foram submetidos a rotinas de trabalho sem remuneração, castigos físicos e impedidos de circular livremente. Em 2015, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat) efetivou o tombamento das antigas instalações da fazenda Cruzeiro do Sul, um acervo que reúne os registros oficiais probatórios dessa história de violações de direitos humanos. O conjunto reúne documentação das fazendas Cruzeiro do Sul, Santa Albertina e Reunidas. A maior parte dos documentos textuais é relativa à Fazenda Cruzeiro do Sul e constitui-se principalmente de documentos contábeis e administrativos. O volume maior dos documentos é de fotografias relativas aos animais e às instalações da fazenda. Data(s): 1922-1989 (predominante 1930-1950). Dimensão e suporte: 155 documentos textuais, 22 plantas, 5 mapas, 3 desenhos, 839 fotografias, 110 negativos fotográficos, 7 cópias contato, 52 cartões-postais e 5 tijolos.
Descrição detalhada: ReDiSAP